"Na separação, o difícil não é partilhar os móveis, os quadros, a prataria, as fotografias, os cds. Isso se mantém ou se abandona. No inventário do amor, a dor é dividir as lembranças. Sofro de insônia constante por não desembaralhar os pesadelos. Desisti de entender seus significados.
Dilacerada é a partilha dentro de mim, ainda mais quando não se viveu um minuto isolado. Uma viuvez em vida enlouquece.
(...)Duvido que minha ex-mulher também consiga dizer que a experiência é dela ou minha. "
No meu caso, a dor é imaginar que essas lembranças só rondam com frequencia a minha cabeça ao mesmo tempo que se distanciam da sua, fazendo doer só em mim -- ao menos mais em mim -- essa separação.
Um comentário:
Este cara é ótimo. Adoro e concordo com ele. As desilusões amorosas são heranças do nosso fracasso afetivo, no mais nos serve de consolo que as alegrias fazem parte do nosso legado também
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